A escolha profissional (Pensando no futuro)



No Brasil, a cada 50 alunos que ingressam na faculdade, somente 25 se formam. Dos profissionais que possuem diploma universitário, 60% praticam uma profissão que não tem correspondência alguma com o curso frequentado. Na verdade, é muito comum escolher, na hora de prestar o vestibular, a profissão errada.

Se, no início do século 20, ser médico, engenheiro ou advogado era sinal de bem-estar pessoal e status, no século 21, qualquer profissão pode ser sinônimo de sucesso ou fracasso. Quais são as profissões com maior visibilidade pública nestes dias? A resposta é fácil: profissões ligadas a serviços (consultorias, serviço de comunicações e informática) e lazer (esporte, turismo, música, dança...). Mas todos que trabalham nesses ramos têm sucesso? Obviamente que não.

A palavra profissão tem origem em outra: professar. Professa, como sabemos, quem tem fé. Esta é a primeira lição: o profissional é aquele que tem paixão. Sem paixão, dificilmente alguma pessoa conseguirá aguentar a pressão e a concorrência no mercado de trabalho. Nos últimos 15 anos, ocorreu uma forte mudança na estrutura do mercado de trabalho em virtude da introdução da informática na produção. O tempo de criação diminuiu. Hoje, alguns setores produzem um produto novo a cada três meses, o que obriga as empresas a investirem fortemente em tecnologia e novos produtos.

As grandes empresas começam a demitir os especialistas e contratar os “polivalentes”, que são trabalhadores com várias especializações, que não param de estudar, são muito atualizados e criativos. Em média, um polivalente substitui sete trabalhadores especializados, o que gera muitas demissões. Como a empresa diminui o número de postos de trabalho, a relação entre hierarquias também se altera. Há forte transferência de responsabilidades. Este é o profissional do século 21: corresponsável, criativo, polivalente, dinâmico, que sabe trabalhar em equipe e possui noções de mercado. Seria o mesmo dizer que tudo o que se esperava de um profissional até os anos 70 do século passado se inverteu.

No século 20, esperava-se que ele fosse estável, disciplinado, especializado, individualista, que se adaptasse às mudanças. Hoje, espera-se exatamente o inverso. Um dos maiores especialistas nos estudos de mercado de trabalho contemporâneo, o sociólogo Richard Sennett, afirma em seu último estudo que duas palavras indicam o atual estágio do trabalho: flexibilidade e risco. Ninguém, hoje, tem segurança de que permanecerá em seu trabalho até o final do ano. Todos precisam atualizar-se, constantemente.


Médico, engenheiro, professor, administrador,... diferentes profissões que compõem a sociedade.


Médico, engenheiro, professor, administrador,... diferentes profissões que compõem a sociedade.

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Com a informática tirando tantos empregos, daqui a pouco vai ter gente comendo mouse...


 Com a informática tirando tantos empregos, daqui a pouco vai ter gente comendo mouse...

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Glossário


Professar: reconhecer publicamente, exercer, ensinar, propagar.







Dicas de Gramática



Concordância do verbo com expressões que indicam porcentagem


A concordância do verbo com expressões que indicam porcentagem depende da presença ou da ausência de outra palavra depois de tais expressões.

  • Considerando o alto valor do prédio, 8% significam um bom dinheiro.
  • Entre os empresários consultados, apenas 1% conhece o projeto.
  • Segundo a pesquisa, 47% da população considera regular o projeto apresentado.
  • Apenas 1% dos empresários consultados conhecem o projeto.

Atenção: Quando a porcentagem não for seguida de outra palavra, o verbo concorda com o número da porcentagem.

Nos casos em que a porcentagem estiver acompanhada por uma palavra no singular ou plural, o verbo concorda com a palavra singular ou plural.